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segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Síntese

Quadrinhos podem ser considerados arte? Ou são apenas um veículo, produto para as massas? Procurando uma definição para histórias em quadrinhos acabamos esbarrando numa definição para "o que é arte"? Como já dito aqui, para Scott Mccloud, arte pode ser considerada toda atividade para além de nossas duas necessidades mais fundamentais: a sobrevivência e a reprodução. Histórias em quadrinhos se definem como arte sequêncial tal qual o cinema, entretanto, diferencia-se deste último por tratar-se de imagens pictóricas justapostas(lado-a-lado), enquanto o cinema utiliza-se de imagens superpostas(uma sobre a outra) para criar a ilusão de movimento. Por essa definição, as origens da hq em seu mais estrito significado datam muito antes de Yelow Kid, de 1895, indo até os primórdios das épocas ancestrais, das pinturas rupestres da caverna de Lauscaux aos hieróglifos do Egito. Todos esses sistemas tem em si a idéia da arte sequencial, todos eles contam uma história partindo de um começo e, através da sequência de imagens, chegam a um final. Dentro da presente pesquisa, notou-se que a mais antiga hq aos moldes modernos(balões de fala e separação de quadros) data de 1702, o mangá Tobae Sankokushi.

Quadrinhos possuem uma linguagem específica onde a narrativa ocorre por meio de um fenômeno chamado elipse ou conclusão, onde faz-se corrente o uso das sarjetas, os espaços em branco entre dois quadros. O processo ocorre quando duas imagens posicionadas uma ao lado da outra despertam nossa percepção a criar uma conexão entre elas. Essa conexão ocorre através da sarjeta(o espaço entre as imagens), onde criamos uma terceira imagem existente apenas pelo nosso imaginário, que serve como "caminho" entre as duas. Nasce o movimento. Mais sutil e talvez mais vivo que uma história animada no cinema, pois no imaginário milhões de possibilidades nascem e se reproduzem, correndo ao mesmo tempo na velocidade do pensamento.

O modo como a cultura ocidental e oriental utiliza-se desse recurso difere na produção dos quadrinhos, concorrendo cada uma para um grau de imersão diferente na história.

Para que a leitura funcione, é preciso que haja antes um “acordo” entre leitor e criador da hq, uma “comunhão de experiências” onde o artista precisa conhecer o universo de quem irá receber a mensagem, suas limitações e conhecimento; assim como o leitor precisa saber de antemão o funcionamento da mecânica da hq, de forma a decodificar a informação ali presente da forma prevista pelo artista.

Para fins de comunicação universal, a hq muda(aquela que não possui letras), mostra-se mais indicável uma vez que sua mensagem atinge pessoas de níveis culturais e de estudo diferentes. Isso justifica-se pelo fato de que devido á cultura visual atual, nascemos num meio abarrotado de imagens criadas pelo homem e, sendo assim, “ler” imagens mostra-se mais comum do que ler letras, onde este requer conhecimento mais específico e detalhado. Aliás, nós aprendemos a ler e a escrever porque nos é ensinado, assim como sentar; ler, escrever e sentar são hábitos que não nos são comuns, o ser humano é "forçado" a aprender. Já "ler imagens" não. Nascemos com olhos, nascemos "vendo" o tempo todo. "Ver" é mais natural que "ler e escrever". Portanto, desde a mais tenra idade, aprendemos a decodificar imagens para interpretar o mundo e recodificá-lo, dotando-o de novos valores, os nossos.

Para o desenvolvimento de um material com essas características, o quadrinho mudo, ou se deve ter uma noção desse estudo ou faz-se necessário conhecer as diversas estruturas da imagem pictórica, seu conteúdo simbólico, as cores e suas relações com o emocional humano e a linguagem corporal humana. E foi o que foi feito nessa pesquisa. O material "nascido" dessa pesquisa, apresento a seguir...


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Esse post faz parte de nossa pesquisa. Para saber mais, leia:

Introdução
Por que quadrinhos?
Press on

Por uma definição: Arte Sequencial
Definindo o quadrinho
Origens
Quadrinhos para além dos super-heróis

A linguagem e seu vocabulário
Iconografia: letra e imagens pictóricas
Texto e imagem
Pensamento ocidental X oriental

Quadrinhos Mudos
Falando sem abrir a boca uma vez
Viabilidade como mídia de comunicação de massa
Exemplos

Síntese

O projeto
Adoção de partido
Desenvolvimento do partido adotado
Experimentação

Conclusão?

Um comentário:

Anônimo disse...

excelente texto!

e estou ansioso para ver o material que apresentarão!

=)