Geração de idéia ou roteiro
Mostrou-se penoso achar uma idéia que atendesse a dois critérios por mim estabelecidos: fuga do politicamente correto ou de cunho educativo(não por preconceito, apenas não me sentia atraído pela idéia; e que demonstrasse um publico alvo estrito em seu conteúdo. Por fim, com os brainstorms em sala de aula e ponderações dos colegas surgiu a idéia de contar histórias comum à vivência humana, acontecimentos rotineiros do cotidiano. Situações pelas quais todos passamos. O roteiro não chegou a ser escrito, mas sua concepção foi dividida em quatro partes:
ônibus
restaurante
praça pública
A seguir, a descrição de cada parte:
Elevador: Um garoto estava esperando o elevador quando uma garota surge no corredor e, desapercebida da presença do garoto, dança loucamente. Até que percebe seu espectador e se envergonha do papelão. O garoto fica olhando apaixonado para ela e não percebe quando o elevador que ele antes chamara chega e ela nele entra, deixando-o para trás. logo depois, já dentro do elevador, o garoto se incomoda com uma pessoa ao seu lado tossindo muito e acaba esbarrando num senhor do outro lado. Depois percebe uma mulher gorda à sua frente. Esta, por sua vez, solta um pum e ele resolve reclamar, quando ela lhe retribui com um soco.
ônibus: O mesmo garoto pega um ônibus vazio. Um estranho de cara suspeita senta ao seu lado e ele fica nervoso, pensando que será assaltado. Não sabe o que fazer quando uma mulher que irá soltar no próximo ponto deixa cair um livro no corredor e não percebe. Nisso, o garoto, esbaforido se levanta para pegar o livro e, aos berros, chama a mulher que deixara o livro cair(tudo um disfarce para sair também do ônibus). Já fora do ônibus, ele respira aliviado.
restaurante: O garoto vai almoçar. Está comendo quando percebe que a mesma garota que aparecera dançando no corredor também está ali. Ela senta ao seu lado e ele fica sem ação, tão nervoso que engasga com a comida. Ele então começa a se debater já vermelho e ela percebe. Ele se levanta e ela tenta ajudá-lo. Abraçando-o pelas costas, ela aperta seu estômago. Ele então cospe a comida, que voa no prato de um senhor. O homem que comia está acompanhado de uma mulher, a que soltara o pum no elevador.
praça pública: Cansado de tanta coisa errada que aconteceu num dia só, o garoto senta num banco de praça. respira fundo e um cachorro aparece. Ele acaricia o animal e este urina em seu pé.
Por conta do pouco tempo, foi feita somente a primeira parte da hq, que consistiu de doze páginas.
O processo consistiu em:
Esboço da história
Desenvolvimento do layout
Finalização
Digitalização e Paginação
exemplo de concept art
Concept art se trata de uma espécie de mapa do personagem, onde se encontra tudo referente a ele e que o artista irá recorrer a todo momento. Nesse “mapa”, está descrito visualmente sua estrutura física, seu rosto, utensílios que usa, expressões que faz, posições de rosto(frente, perfil e costas) e etc.
exemplo de concept art
A bem da verdade, todas as etapas foram intercaladas, não cumpri uma e depois prossegui adiante, mas fiquei transitando entre uma e outra conforme queria. Mesmo sem definir a cara do personagem já comecei a esboçar a história, por exemplo(eu tinha que passar pro papel antes que esquecesse o que queria.)
como foram feitas as marcas de registro das páginas
O esboço da história foi feito à lápis b em folha a4. O desenvolvimento do layout final foi feito em folhas a4 também, mas ao contrário dos esboços, houve uma pouco mais de rigor para padronização das páginas. As margens foram de 0.5 polegadas24. Depois, juntei um bolo de folhas a4, e puz sobre todas elas a folha com a margem desenhada. tendo um alfinete em mãos eu furei as pontas da margem(como mostra a figura) segurando o bolo de folhas. Agora eu tinha todas elas marcadas com a margem limite da minha página, era só ligar os quatro pontos.
Usando os esboços rápidos da história como referência, eu redenhei cada página dentro da margem agora estipulada utilizando régua e esquadro para desenhar cada quadro. Depois de terminada o esboço final, passei caneta nanquin por cima do traço à lápis, alternando entre a ponta 0.1 e 0.5. Finalizei à nanquin apenas os desenhos dentro dos quadrinhos, e não as linhas dos quadrinhos. Depois escaneei tudo e abri no InDesign para fazer toda a paginação.
tela do software Adobe In Design
Calculei em tamanho a5 quantas páginas em a4 precisaria. Em uma a4 cabem 4 páginas a5(frente e verso); eu tinha 12 páginas, então precisaria de 3 folhas a4 para tal. Montei um modelo em miniatura das doze páginas e numerei cada uma. Olhando individualmente, cada miniatura de folha com 4 páginas, eu sabia qual página teria que imprimir ao lado da outra.
esboço á lápis e nanquin
já no InDesign, coloquei todas as linhas dos quadros por cima dos traços à lápis. e dispuz cada página ao lado da correspondente de acordo com a miniatura que tinha feito. Retoquei cada jpeg dos scans no photoshop e como estavam eles linkados no InDesign, era só atualizar constantemente.
O arquivo do InDesign consistia em seis folhas a4 formato paisagem. Os desenhos foram escaneados em 200 dpi de resolução e jogados para um formato a5 em 300 dpi de resolução, para impressão.
logo
Decidi que a revista não teria um nome, por se tratar de um quadrinho mudo. Apenas a capa traria a imagem de um macaco com a mão na boca, correspondente a um dos três macacos sábios(não vejo o mal, não ouçoo mal e não falo o mal), fazendo menção à hq muda.
24. achei mais prático na régua visualizar essa medida do que em centímetros. Não é porque eu goste de polegadas...
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