Todo essa pesquisa sobre quadrinhos volta-se neste momento para a questão do "mudo". Visa ela como produto final a criação de um quadrinho mudo, um quadrinho que não utiliza os recursos do balão de fala(letras). Faz-se necessário então analizar se é válido ou não como mídia para o grande público e tendo em mente esses parâmetros em sua criação.
Em resposta ao nosso questionamento, vemos viabilidade no quadrinho mudo tanto como veículo de comunicação, onde a mensagem pode ser assimilada com facilidade por um grupo destituído de estudo(analfabetos), como também há viabilidade econômica, já que numa linguagem tida como universal, despesas com tradução linguística são desnecessárias. Pois quanto a tradução, algumas falhas de língua deixam margem à adequação do conhecimento do tradutor ou invenção, enquanto nas imagens, a interpretação é somente a do leitor. Problemas quanto a complexidade de cada língua podem ser solucionados, como casos de certas expressões só terem sentido em determinada cultura ou serem entendidas de forma diferente em duas culturas diferentes; questões como algumas palavras só existirem num vocabulário específico de determinado idioma, como a palavra saudade, que não existe no espanhol são retificadas, já que não há palavras, mas sim um sentimento em comum, valendo antes a interpretação visual deste.
O problema é a adequação da mensagem ao meio(nesse caso, o suporte, a revista em quadrinhos - papel). Alguns assuntos são complexos por demais para serem explicados só por imagens, ou dificilmente serão entendidos universalmente conforme as pretensões do artista; ou ainda: Há o risco de recorrer-se à legendas escritas ou o leitor gastar considerável tempo para a clara assimilação da mensagem, o que para mídia de comunicação de massa pode mostrar-se inviável; assuntos assim podendo ser transmitidos apenas pela escrita ou por meio da verbalização sonora(palavra falada).
Para uma pretensão universal, o quadrinho mudo deve valer-se de seu principal quesito, o acordo prévio entre leitor e criador da obra. O artista deve conhecer o publico para o qual a obra está sendo destinada tendo em mente o grau de abstração simbólica de seu leitor. Ou seja, no caso do quadrinho mudo surge não só a preocupação com a mecânica do quadrinho, o funcionamento de sua linguagem, mas também com a bagagem visual do leitor e suas limitações: duas coisas as quais não podemos desvincular uma da outra. Todos esses apontamentos, a bem da verdade se aplicam na criação de quadrinhos de um modo geral, e não somente no caso dos "mudos".
Criemos regras para delimitar nossas ações na criação. Um quadrinho mudo trata-se nada mais do que uma mímica impressa, uma pantomima estática, um teatro mudo em quadros. A história tem que acontecer sem o personagem emitir fala e sem existir um narrador para explicar. Ainda assim, o mundo no qual dado personagem esteja poderá "falar", no sentido de que ele é vivo, e emite sua "vida" através de sons. Nesse caso, as letras podem aparecer como representação visual à emissões/manifestações puramente sonoras: são as onomatopéias.
Vejamos posteriormente como isso ocorre com exemplos do que já foi feito. Afinal, quadrinho mudo não é uma coisa nova.
Um comentário:
oe!
humm..
estou gostando muito de tudo isso que estão escrevendo... uma pergunta:
quem escreve isso? =)
a(s) pessoa(s)??
=) quero parabenizar pelo excelente trabalho e deixar outra pergunta: vcs tem esse material cmpleto ou estao fazendo gradualmente? vcs podem disponibiliza-lo em pdf para leitura mais detalhada? (gosto de mprimir pra ler, grifar, rabiscar... =)
e, se puderem dar uma passada lá no blog da yabai, tem bastante história nova, gostaria da opinião de vcs! =)
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